Ela estava acostumada ao cheiro de terra molhada, ao som dos pássaros e ao farfalhar das árvores ao vento. O silêncio vivo do refúgio era seu habitat, não corredores encerados, arranjos florais artificiais e vozes apressadas. Mas ali estava ela, atravessando o saguão de um hotel cinco estrelas, com o uniforme simples e o olhar sereno, ignorando o contraste gritante entre o seu mundo e aquele ambiente perfumado e reluzente.O caos tomava conta do jardim de inverno do luxuoso hotel La Mer. O espaço, normalmente calmo e elegante, agora era um turbilhão: gritos nervosos, celulares em riste, olhares ansiosos. A árvore no centro, que costumava ser um símbolo de serenidade, agora emoldurava a cena de pânico. Um pequeno macaco, preso nas alturas, observava tudo com os olhos arregalados e os pelos eriçados, sua fúria crescendo a cada movimento brusco ao redor.A equipe do hotel corria de um lado para o outro, visivelmente perdida. O gerente, pálido e suando, tentava manter alguma aparência de
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