George mostrou uma praticidade impressionante e, em questão de minutos, já tinha lavado toda a louça e deixado a cozinha brilhando como nova.
Quando ele saiu de lá, estava secando as mãos com naturalidade.
A simples dúvida me venceu e, quase sem pensar, perguntei para ele:
— Como é que você cozinha tão bem? Fez curso, ou o quê?
Ele levantou o olhar, respondeu com frieza:
— Quando era criança, passava tanto apuro com fome que, com o tempo, aprendi.
Ele disse aquilo como se fosse apenas uma lembrança qualquer, mas aquilo me pegou de jeito, mexeu comigo por dentro.
Eu ainda lembrava que ele havia vindo de uma família esquisita. Os pais tinham se separado cedo, o pai arrumou outra mulher, Bruno era o filho mimado da madrasta, enquanto George ficou largado de lado, com fama ruim e boatos que corria solto como delinquente.
Talvez por crescer ouvindo essa história, nunca tinha conseguido gostar dele, e depois, com tudo que aconteceu quando nos formamos, meu preconceito só foi piorando.
Mas