Ele enrolou uma mecha do meu cabelo entre os dedos e disse num tom sombrio:
— Você ainda não admite quando eu digo que é ingênua. Deixa eu acabar agora mesmo com suas esperanças: mesmo que você vire uma porca gorda, eu nunca vou te deixar ir.
— Você está mesmo tão faminto que já nem escolhe mais? Até porcas gordas entram na sua lista? — Não resisti e o provoquei com sarcasmo.
Os olhos dele se estreitaram perigosamente.
Virei o rosto para o lado e permaneci em silêncio.
Afinal, o que eu havia dito antes também era uma mentira.
Aquela história de "querer engordar para que ele me desprezasse e me soltasse" era só um truque para enganá-lo.
Naquele momento, eu tinha percebido algo importante: quando tentava agradá-lo com palavras doces, ele não acreditava, mas quando o provocava com palavras duras, parecia mais propenso a acreditar.
Em suma, aquele homem era repugnante.
Preferia acreditar nas palavras cruéis do que nas gentis.
Mas tanto fazia, não importava no que ele acreditava ou não.
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