Assim que atendi o telefone, minha mãe já começou a chorar do outro lado. Ouvir o choro dela sempre apertava meu peito e fazia minha cabeça doer ainda mais.
Tentei manter a calma ao falar:
— Mãe, o que foi dessa vez?
— Seu pai... Aquele homem foi jogar de novo. Perdeu mais 5 milhões.
Senti o sangue ferver.
— O quê? — Gritei, completamente fora de mim. — Olha a situação em que a gente está, por que ele continua apostando? Ele faz questão de destruir a família toda, é isso?
— Val...
De repente, meu pai tomou o telefone para si.
— Fala direito comigo! Eu só jogo porque quero ganhar dinheiro para ver a nossa família bem de novo, onde foi que eu errei?
— Por acaso você já ganhou alguma vez? Nem uma vez! — As lágrimas começaram a escorrer, misturando raiva e desespero. — Chega de usar essa desculpa de querer ajudar, pai! Você só não para porque está viciado, é isso.
— Já chega! Agora já perdi, não tem mais jeito. Vai atrás do George, pede para ele, arranca pelo menos 20 milhões.
— Eu não v