Naquele momento, meu corpo congelou.
Bastou ouvir a voz para reconhecer que era meu pai, inconfundível como sempre. Mal consegui acreditar que ele foi até a empresa do George.
Assim que me dei conta, corri apressada na direção do elevador, finalmente entendendo os olhares estranhos dos funcionários. Porque todo o burburinho era, claro, por causa da confusão que meu pai estava causando ali dentro.
Vi meu pai saindo do elevador atrás de uma mulher, xingando alto enquanto gesticulava:
— Sua sem-vergonha! Destruidora de família! Minha filha e meu genro estavam bem até você cruzar o caminho deles. Aposto que foi você quem seduziu ele e estragou tudo! Não tem vergonha não? Uma mocinha nova, que em vez de correr atrás dos seus sonhos, fica dando em cima de homem rico? Homem rico é o que mais tem, precisava se meter justo com o meu genro? Que papelão o seu, me dá até vergonha!
A mulher em questão tinha aquele ar frágil, rosto doce e olhar inocente, com cabelos longos e pretos caindo nos ombr