Se ele queria me abraçar, que fizesse isso à vontade.
No fim das contas, percebi que não dava mesmo para julgar alguém só pela aparência, e aprendi isso da pior maneira.
Com aquele jeito certinho e reservado do dia a dia, George era outro homem quando a porta do quarto se fechava. Na cama, parecia um louco fora de controle.
No dia seguinte, acordei com uma sede absurda.
Quando abri os olhos, percebi que George já tinha ido embora.
Olhei para aquele quarto todo revirado, os lençóis bagunçados, e só de lembrar o jeito duro dele na noite anterior, senti a raiva e a mágoa se misturarem dentro de mim.
Arrastei aquele corpo cansado para fora da cama, querendo buscar um copo da água, mas assim que coloquei os pés no chão, minhas pernas não deram conta e simplesmente caí de maneira vergonhosa no tapete. Fiquei ali sentada por um bom tempo, tentando recuperar as forças sem sucesso.
Foi só então que a porta se abriu.
George entrou falando ao telefone e, pelo tom, parecia conversar com alguém es