Se ele quisesse descontar do meu salário, que o fizesse. Era melhor ainda se me mandasse embora de uma vez.
O celular tocou duas vezes e depois silenciou.
Me reclinei contra o encosto da cadeira, massageei a testa com desconforto e me forcei a não pensar mais no que havia acontecido. Não demorou muito, e um som repentino veio do lado de fora: alguém abriu a porta com um cartão magnético.
Nem precisei abrir os olhos para saber que era o George, pois aquele quarto tinha dois cartões, um estava comigo e o outro com ele.
Continuei encolhida na cadeira, sem me mover.
Os passos se aproximaram, pesados. Depois de um tempo, uma voz fria soou no quarto:
— Por que você não atendeu minhas ligações?
— Estou imitando a Mariana. — Ri com sarcasmo, ainda de olhos fechados, sem a menor vontade de olhar para ele.
Mas, no segundo seguinte, minha gola foi agarrada de repente. Em seguida, ele me ergueu inteira da cadeira.
Fui forçada a abrir os olhos e encarei o rosto dele, tomado por uma expressão extrem