Quando saí do hotel, a neve começava a cair. Sob a luz dos postes, os flocos dançavam pelo ar, trazendo uma sensação de tristeza e um frio cortante que penetrava no rosto como uma lâmina afiada. Por isso eu detestava o inverno, aquele frio era simplesmente insuportável.
Mesmo que as esculturas de gelo fossem belas e impressionantes, eu não queria voltar àquele lugar.
Saí às pressas, sem cachecol, apenas com um casaco grosso e quente por cima do pijama, e chinelos de pano comuns nos pés. O vento gelado entrava direto pela gola do casaco, atravessava meu peito e parecia chegar até o fundo da alma.
Ao lembrar da cena que aconteceu no quarto pouco antes, meu coração latejava de dor, uma dor carregada de profunda amargura. Meus olhos ardiam, mas nenhuma lágrima caiu.
Inspirei fundo, apertei a gola do casaco contra o pescoço e caminhei em direção ao estacionamento. Era madrugada, e havia poucas pessoas na rua, quase nenhum carro circulava.
Quando cheguei ao estacionamento, apertei o botão d