Franzi as sobrancelhas e me aproximei devagar, abrindo a porta.

— O que foi?

Laura se pôs na ponta dos pés para olhar por trás de mim e riu com desdém:

— O George não está, não é?

Ignorei ela.

Ela me lançou um olhar de cima a baixo, riu com deboche e zombou:

— Haha, mesmo vestida desse jeito, você não consegue segurar ele, dá para ver o quanto ele te detesta. Só meu filho Bruno mesmo, que deve estar louco, para se interessar por uma mulher como você.

Ao olhar para o rosto dela, tomado pelo escárnio, senti passar pelo meu coração uma forte sensação de ironia.

Lembrei que, tempos atrás, quando eu e Bruno ainda nos dávamos bem, ele já tinha me apresentado à mãe dele.

Justamente aquela Laura era quem estava diante de mim.

Naquela época, minha família também era muito respeitada no Rio, uma das famílias mais renomadas da cidade. Naquela ocasião, ela tinha sido extremamente calorosa comigo.

Ela só sabia elogiar minha aparência, dizia que eu era uma moça sensata, me elogiava de todas as forma