Selene
Andamos sem falar nada, eu, Rurik e mais quatro, pela trilha noroeste. A mata engoliu o som dos passos. O céu começava a clarear a leste, mas ali dentro a noite ainda era dona. O cheiro de folhas molhadas cobria quase tudo. Quase.
— Sente? — cochichou Rurik.
— Sinto.
Havia um sabor metálico no ar, como quando você corta a língua. Não era forte, mas estava ali, preso entre as árvores.
— “Prata.” — Ash falou de novo, firme — “Prata enterrada. Baixa, e de ponta pra cima, o cheiro forte vem do chão.”
Eu segurei o braço de Rurik para que parássemos. Os quatro atrás pararam também. Fiz sinal para abaixarem e espalhei os dedos, pedindo para ficarem calados e em atenção. Avançamos um passo por vez.
O chão parecia normal. Folhas, galhos, terra escura. Um pássaro arranhou um canto curto. O vento trouxe o cheiro de água parada, de poça. A uns dez passos, uma clareira pequena se abria entre troncos grossos.
— Ali. — apontei.
Rurik tirou um cabo de madeira da mochila, uma vareta comprida, e