Damon
A lua estava alta, mas escondida por nuvens que corriam feito lobos. O bosque inteiro tinha cheiro de pinho, metal e espera. Eu avancei primeiro. Selene vinha no meu flanco, capa curta, espada na bainha nova, o olhar atento. Atrás, quatro dos nossos, Halvar, Dagan, Myra e Torf. Ninguém falava. A noite gosta de quietude quando caça.
— Mantenham a linha. — sussurrei — Dois passos entre cada um. Se eu erguer a mão, congelam. Se eu estalar os dedos, dividem.
As botas de todos sumiam no musgo úmido. Um mocho piou e calou. O vento rodou. Eu sentia Shadow grande dentro do peito, alerta, como se pudesse farejar a intenção antes do cheiro.
— “Cheiro de gente com medo armado.” — ele sussurrou — “E de couro novo. Batedores apressados.”
Toquei o braço de Selene para ela sentir a mensagem. Ela apenas concordou. O pulso dela não tremia. Isso é bom. O tremor vem depois do primeiro sangue. Sempre.
Paramos num ponto onde o terreno afunda e o riacho faz curva. Folhas pisadas, marcas frescas de so