Selene
O salão de guerra cheirava a ferro, fumaça e nervosismo. Mapas abertos cobriam a mesa de pedra, velas tremulavam nas bordas e o som das botas dos generais ecoava como trovões contidos. Eu entrei decidida, o manto escuro sobre os ombros e o peso das duas marcas ainda latejando na pele para me lembrar quem sou.
Os olhares se viraram para mim. Alguns respeitosos, outros duros como pedra. Sabiam quem eu era, mas poucos aceitavam o que eu havia me tornado. Damian estava no centro da mesa, braços cruzados, expressão fechada. Damon, um pouco atrás, de braços apoiados na parede, observava tudo calado, como sombra viva.
— A reunião é sobre estratégia, não sobre política. — falou um dos generais, a voz arrastada — Não há necessidade de…
— De mim? — interrompi, o encarando — Ou de ouvir quem já viu o inimigo de perto?
O homem hesitou. Damian ergueu o punho e bateu na mesa com força. O som ecoou como um trovão.
— Ela fala, sim. — respondeu ele, firme — Selene já provou coragem onde muitos