Damian
Mandei soarem três toques curtos na trompa da sala do trono. Era o sinal de conselho pleno. Quis que viessem todos… anciãos, capitães, mestres de ofício, representantes das famílias, dois homens da guarda antiga e dois recém-chegados para falar por quem acabou de entrar.
O chão estava varrido, as tochas altas, a cadeira do trono vazia. Eu não me sentei. Fiquei de pé no degrau abaixo, espada na cintura, as mãos livres.
— Comecemos. — falei, sem rodeios — Reunimos este conselho para encerrar um assunto que está rouco de tanto ser repetido, a entrada dos sobreviventes do Vale. Entraram. Estão sob nosso teto. E ficarão.
O rumor correu como vento contra palha seca. O ancião de túnica preta, o mais velho, inclinou-se para a frente.
— Rei do Dia… — começou, formal — ninguém discute que a decisão foi sua. Mas é obrigação deste conselho alertar, a casa está cheia. Os celeiros não são poço sem fundo. E a disciplina esgarça quando se estica demais.
— Eu ouvi. — respondi — E agi. A despen