Selene
Os dentes deles roçaram minha pele ao mesmo tempo, e o mundo pareceu parar, era uma lenta e gostosa tortura. O ar ao redor tremia, as tochas queimavam mais alto, e as runas no chão brilharam até ficarem quase brancas. Eu ouvi a Lua respirar.
O calor dos dois me cercava. Um era fogo, o outro, tempestade. Damian me segurava pela cintura com firmeza, o corpo tenso, o olhar tomado por fome e desejo contido. Damon, por trás, encostava o peito em minhas costas, o hálito quente me fazendo perder o ar.
Ash sussurrou dentro de mim, a voz suave, quase emocionada:
— “O vínculo não é ferida, é renascimento. Deixe acontecer.”
Eu fechei os olhos. A pele queimava sob os lábios deles, e cada toque era um chamado antigo, gravado na alma. Damian sussurrou contra minha têmpora:
— Selene, filha da Lua… que a marca nos una.
Damon respondeu logo em seguida, a voz rouca e baixa:
— Que a noite nos reclame.
O som suave da mordida ecoou no salão como trovão. Primeiro, a dor. Depois, o calor. Senti o san