Selene
O salão do conselho cheirava a lenha fria, incenso queimado e desconfiança. As tochas ardiam fracas, e cada sombra parecia mais viva que os homens que me encaravam.
O som dos passos ecoava quando entrei, e, por um instante, senti o peso do que estava prestes a acontecer. Eu não era mais apenas uma sobrevivente. Era o motivo de um reino inteiro segurar o fôlego.
Damian estava à frente, o corpo ereto, o olhar firme. Damon encostado em uma das colunas, a expressão carregada de ironia. Os anciãos, com suas peles marcadas pelo tempo e seus olhos duros como gelo, me examinaram como se tentassem decidir se eu era uma bênção ou uma maldição.
— A filha de Eamon do Névoa do Luar. — falou um deles, cuspindo o nome como se tivesse gosto amargo — O sangue que trouxe ruína.
Outro, de barba longa e branca, completou:
— A mesma linhagem que incendiou reinos e manchou luas. Quer que acreditemos que esse sangue trará paz?
Damian deu um passo à frente antes que eu abrisse a boca.
— Cuidado com a