Damon
A noite caiu pesada sobre a fortaleza. O som dos gritos no pátio ainda ecoava quando vi o vulto atravessar o corredor lateral, o arco nas costas e o cheiro de sangue fresco escapando no ar. Corri sem pensar. A raiva me movia mais rápido que qualquer ordem.
O homem tentou pular o muro dos fundos, mas eu já estava nele. O corpo bateu contra a pedra quando o alcancei. Um golpe seco, certeiro, e o som da espada rasgando carne foi o último que ele ouviu.
Arrastei o corpo para a sombra e virei-o de costas. As roupas eram simples, mas o símbolo gravado na pele do pescoço, um círculo cortado por duas linhas, me fez travar a respiração.
Kaleb. A marca maldita dele.
Apertei o punho, o sangue ainda quente do inimigo escorrendo entre os dedos. Quando olhei para a aljava no chão, entendi o resto. O veneno não era de matar, era de paralisar.
Ele queria ela viva.
— Desgraçado… — sussurrei, chutando a parede — Queria levá-la.
O cheiro da raiz negra era inconfundível. Ferro, terra, e o leve amar