Damian
A anciã dos olhos atentos a observava com cuidado.
— E o que você oferece, filha? — perguntou, sem ironia.
— Eu juro que vou ajudar a fortalecer este clã. — Selene respondeu, sem levantar a voz — Se me derem apoio para vingar a minha família. Eu juro que vou lutar por essas paredes como se fossem as do salão do meu pai. E vou fazer isso não só porque preciso de vocês… mas porque eu escolhi vocês.
A mesa mudou de posição. Foi sutil, mas eu senti. Um ancião que antes pedia exílio baixou o olhar. Outro parou de bater o dedo na madeira. Palavras simples, firmes, fizeram mais do que a minha defesa armada.
Eu quis estender a mão e tocá-la, dizer “eu ouço”. Não fiz. Fiquei imóvel, deixando que a voz dela ocupasse o espaço que merecia.
— Eu não peço que esqueçam quem eu sou. — continuou — Não peço que deixem de sentir medo do que eu trago comigo. Peço que me deem uma chance de transformar esse medo em força. Eu sou filha de um rei morto, sim. Mas hoje, aqui, eu sou lealdade viva.
A an