Damian
Mandei tocar o sino do conselho ao amanhecer. Eu queria que todos os anciãos estivessem na sala antes que os rumores crescessem mais do que o necessário. A mesa longa já me esperava, com as cadeiras altas, as marcas do tempo na madeira e o cheiro de cera no ar. Respirei fundo. Eu sabia como essa reunião começaria: com medo. E o medo sempre entra falando alto.
Eles foram chegando em pequenos grupos. Alguns me cumprimentaram com um aceno seco, outros evitaram meu olhar. Quando o último sentou, fechei a porta com a mão. O som da tranca ecoou no ambiente.
— Obrigado por terem vindo. — comecei — Temos dois assuntos, mas o primeiro é Selene.
O nome dela esticou os ombros de metade da mesa. Um ancião de barba curta foi o primeiro a falar:
— Com todo respeito, Rei Alfa, essa moça traz desgraça no rastro. A linhagem dela é sangue e morte. Não dá para fingir que não sabemos.
— Não estamos fingindo. — respondi — Estamos lidando com o que é.
Uma mulher, anciã de olhos muito atentos, se inc