Ricardo
— Terminei — disse ela, chamando o garçom com um aceno delicado e já abrindo a bolsa.
Percebi o cartão em sua mão e me adiantei:
— Eu pago.
Ela ergueu os olhos para mim, decidida.
— Nada disso. Eu convidei, então eu pago.
Eu poderia insistir, mas conhecia aquele tom. Seria em vão. Sorri de leve e deixei que ela resolvesse a conta. No fundo, eu achava bonito como ela gostava de tomar a dianteira em certas coisas.
Saímos do restaurante, e durante o caminho de volta ao escritório ela seguia radiante, falando sobre cada detalhe do almoço, como se quisesse guardar aquele momento em uma caixinha.
— Obrigada por vir comigo. Eu queria tanto conhecer esse lugar... — disse, quase em um sussurro, mas ainda carregada de entusiasmo.
Eu a olhei de lado, com aquele sorriso que teimava em surgir toda vez que ela demonstrava sua felicidade. E, dentro de mim, fiz a promessa silenciosa de não esquecer: eu voltaria a trazê-la ali. Talvez muitas e muitas vezes.
Durante a tarde, resolvi as pendênc