Flávia
Depois daquele desespero, do medo de reviver tudo outra vez, tudo o que eu queria era estar nos braços de Ricardo. Eu não queria soltá-lo por nada no mundo. Sentia o coração ainda acelerado, como se meu corpo não conseguisse entender que o perigo já tinha passado.
— Meu amor, está tudo bem… — ele repetia baixinho, passando a mão pelos meus cabelos, tentando me acalmar. — Eu estou aqui.
Ele então passou o polegar devagar pela minha bochecha e disse com a voz baixa, quase num sussurro:
— Vem, amor… vamos pro quarto.
Assenti, ainda um pouco trêmula, e deixei que ele me guiasse. O som da chuva continuava lá fora, mas agora parecia distante, abafado pela batida calma dos nossos passos. Quando chegamos ao quarto, ele me puxou com delicadeza, me abraçando por trás, e falou perto do meu ouvido:
— Vamos tomar um banho juntos, vai te fazer bem.
Não havia desejo na voz dele, apenas cuidado. E foi isso que me desarmou completamente.
Ele ligou o chuveiro e esperou a água esquentar antes de