Aline
Eu sempre tive uma vida bem tranquila. Trabalhei, estudei, cuidei da minha carreira, vivi meus dias com uma calma quase previsível. Tive alguns namoros, claro, mas nada que realmente deixasse marca. As coisas sempre começavam bem e, de repente, acabavam sem grandes explicações. Com o tempo, fui me acostumando com a ideia de que talvez não fosse pra mim.
Não que eu fosse infeliz — pelo contrário, eu gostava da minha rotina, dos meus amigos, das pequenas alegrias do dia a dia. Mas às vezes, no silêncio da noite, eu me perguntava se um dia sentiria aquela conexão que via em casais de verdade, aquele tipo de amor que parece ter raízes.
Flávia sempre dizia que eu ainda iria me surpreender. Nós nos conhecemos há anos, e nossa amizade era daquelas que o tempo só fortalece. Eu adorava as nossas conversas, o jeito doce e maduro com que ela falava sobre tudo, e, claro, era completamente encantada pelo Caio — aquele menino me chamando de “tia Aline” era o ponto alto das minhas semanas.
Qua