Flávia
— Mamãe.
Ouvi a voz de Caio me chamando e o coração apertou. Sai do quarto ainda com o rosto quente das lágrimas e fui até o dele.
— O que aconteceu, filho? — perguntei, tentando soar calma.
— Você estava gritando, mamãe. Eu acordei e fiquei com medo.
Droga. A última coisa que eu queria era que ele tivesse ouvido aquela discussão.
Sentei-me ao lado da cama, acariciando seus cabelos.
— Está tudo bem, meu amor. Não aconteceu nada. Vamos dormir, tá?
Fiquei ali, observando-o até que seus olhos se fecharam de novo. Foram vinte minutos olhando para o teto, tentando organizar a confusão dentro da minha cabeça. Tudo doía. O corpo, o peito, o coração.
Uma parte de mim queria acreditar nele — eu juro que queria. Eu o amava. Gostava da nossa vida juntos, da nossa rotina, das pequenas coisas que fazíamos em família. Mas a outra parte… a outra parte não sabia se conseguiria perdoar uma traição.
Se ele tivesse me dito desde o começo que uma mulher o abordou, que foi só um mal-entendido, ta