Ricardo
Quando cheguei em casa naquela noite, tudo o que eu queria era um banho quente e um pouco de silêncio. O dia tinha sido pesado e a discussão com a Flávia mais cedo ainda ecoava na minha cabeça. Entrei no chuveiro tentando lavar não só o corpo, mas também o peso daquilo tudo. Mal sabia eu o que estava prestes a acontecer.
Quando saí do banheiro, vi algo sobre a cama — minha jaqueta, jogada ali, e um pequeno cartão preso ao tecido. Peguei o cartão e, ao virar, senti o estômago afundar: era o contato de uma acompanhante de luxo. Fiquei paralisado. Aquilo não fazia o menor sentido. Eu não fazia ideia de como aquele cartão tinha ido parar ali.
Antes que eu pudesse pensar direito, Flávia entrou no quarto. O olhar dela misturava raiva e decepção. Começou a falar sobre a noite anterior, querendo explicações, e eu tentei contar o que realmente havia acontecido. Falei da boate, que tinha ido lá para esfriar a cabeça, que não tinha feito nada. Só omiti a parte da mulher ruiva — e foi ju