A sala do evento em Brooklyn era ampla e cheia de luz natural.
Cadeiras organizadas em semicírculo, murais com colagens de capas de livros e obras visuais.
O nome do encontro:
Entre Palavras e Imagens — um ciclo sobre artistas que escrevem o que não se vê.
Clara chegou com o livro nas mãos e o coração batendo calmo.
Não nervosa — apenas com aquela sensação de que algo íntimo estava prestes a ser partilhado.
Noah foi com ela.
Não como acompanhante.
Mas como parte do que ela era ali.
Usava camisa clara, blazer sem gravata, e o olhar de quem já tinha lido cada palavra do livro não uma, mas cem vezes.
E ainda assim se emocionava.
Ela foi recebida por uma das curadoras do evento, uma mulher negra de trança longa, sorriso acolhedor e voz firme:
— Clara Rivera.
A mulher que escreveu sobre pausas como quem sabe onde o tempo respira.
Clara sorriu, apertou a mão dela com força gentil e respondeu:
— Ou talvez só alguém que aprendeu a escutar o próprio silêncio.
No painel principal, três mulheres