A galeria estava acesa antes do sol se pôr.
Luzes quentes iluminavam cada tela, cada moldura, cada ponto escolhido com cuidado por Clara e Gus.
O título da exposição — INTERVALO — pairava acima da porta em letras brancas sobre fundo cru, como se dissesse:
“Aqui dentro, o tempo tem outro nome.”
Do lado de fora, pessoas começavam a chegar.
Artistas, jornalistas, amigos de outros tempos, gente curiosa.
Um murmúrio crescia entre as calçadas e o chão de madeira.
Gus andava de um lado para o outro com seu terno bordô e uma flor presa no bolso.
Tinha um caderno na mão, onde anotava reações e observações, mesmo sem precisar.
— Esta noite é mais do que uma estreia — murmurou, ajustando um foco de luz.
— É uma dança entre memória e reinvenção.
Clara chegou poucos minutos antes da abertura.
Desceu do carro com o vestido claro esvoaçando nos tornozelos e o cabelo preso com delicadeza.
Noah caminhava ao lado dela, camisa azul-escura, mãos nos bolsos, o olhar orgulhoso e silencioso.
Quando ela paro