— Quero ir ao Central Park hoje — disse Clara, mexendo no café com a colher pequena.
Era cedo.
O sol ainda batia enviesado pela janela da cozinha.
A cidade começava devagar, mas ela já estava pronta.
Vestia um casaco claro e o cabelo preso com um lenço colorido.
Noah olhou pra ela com ternura.
— Agora?
— Agora.
Antes que a cidade fique barulhenta demais.
Antes que eu fique ansiosa com a noite.
— Então vamos.
O caminho até o parque foi silencioso, mas leve.
De mãos dadas, eles caminharam pela trilha mais arborizada, observando as folhas secas no chão, os cachorros correndo soltos e as pessoas que pareciam viver como se o tempo não fosse tão urgente.
Clara não falava muito.
Mas seus olhos percorriam tudo como se lessem mensagens invisíveis nas árvores, nos bancos, nos movimentos ao redor.
Quando chegaram à parte mais tranquila do parque, ela parou.
— Era aqui, né?
— Sim.
Aquele banco.
O mesmo da foto.
O mesmo em que ela beijava a bochecha dele enquanto ele fingia ler um livro.
O mesmo q