Na manhã seguinte, o ateliê parecia mais calmo. As luzes estavam apagadas, a cortina deixava entrar só um feixe fino de sol, e o cheiro da tinta secando ainda preenchia o ar.
Clara acordou primeiro — ou talvez nunca tivesse dormido direito. Seus pensamentos estavam cheios demais, mas não no sentido ansioso. Era como se estivessem… vibrando. Pulsando com ideias, sensações, imagens.
Ela ficou um tempo só olhando Noah dormir: o cabelo bagunçado, a respiração leve, a mão entrelaçada na ponta do lençol como se segurasse algo invisível. Ele era lindo de um jeito silencioso, como uma música que só toca para quem sabe escutar.
Clara se levantou devagar, foi até a cozinha, e começou a preparar um café forte com leite de aveia — a preferência dela, não dele, mas ele tomava sem reclamar.
Meia hora depois, Noah apareceu com cara de sono e olhos semiabertos.
— O ateliê abre às nove? — murmurou.
— Depende. Hoje a artista-chefe resolveu dar folga pra equipe.
— Ótimo. Eu tava pensando em entrar em gr