Clara entrou no ateliê com uma ideia na cabeça e um sorrisinho no canto da boca.
Noah, sentado no chão, terminava de colar pequenos recortes numa moldura que ela chamava de “obra colaborativa” — mas que, segundo ele, era só uma desculpa pra sujá-lo de tinta.
— Vem comigo — disse ela, já amarrando o cabelo.
— Pra onde?
— Pra conhecer o Gus. E a galeria.
Ele levantou uma sobrancelha.
— O oráculo urbano?
— Ele te chama de “O Médico Que Pinta Molduras”. Acho que você merece conhecer o autor da piada.
Noah riu, limpando as mãos com um pano.
— Me dá cinco minutos.
— Te dou três. Porque o mundo lá fora tá bonito demais pra esperar.
O sol escorria pelas ruas de Nova York como ouro líquido. Clara caminhava com passos leves, braços enlaçados no dele. Eles atravessaram o Soho como se o tempo estivesse do lado dos dois. Noah se surpreendeu ao notar quantas pessoas cumprimentavam Clara — um barista, uma tatuadora, um senhor com um cão minúsculo.
— Você conhece todo mundo?
— Eu escuto histórias. As