Capítulo 14

Clara entrou no ateliê com uma ideia na cabeça e um sorrisinho no canto da boca.

Noah, sentado no chão, terminava de colar pequenos recortes numa moldura que ela chamava de “obra colaborativa” — mas que, segundo ele, era só uma desculpa pra sujá-lo de tinta.

— Vem comigo — disse ela, já amarrando o cabelo.

— Pra onde?

— Pra conhecer o Gus. E a galeria.

Ele levantou uma sobrancelha.

— O oráculo urbano?

— Ele te chama de “O Médico Que Pinta Molduras”. Acho que você merece conhecer o autor da piada.

Noah riu, limpando as mãos com um pano.

— Me dá cinco minutos.

— Te dou três. Porque o mundo lá fora tá bonito demais pra esperar.

O sol escorria pelas ruas de Nova York como ouro líquido. Clara caminhava com passos leves, braços enlaçados no dele. Eles atravessaram o Soho como se o tempo estivesse do lado dos dois. Noah se surpreendeu ao notar quantas pessoas cumprimentavam Clara — um barista, uma tatuadora, um senhor com um cão minúsculo.

— Você conhece todo mundo?

— Eu escuto histórias. As
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