Capítulo 4
Quando Bruna chegou ao hospital, já estava inconsciente. O médico repreendeu Vanessa, dizendo que ela não era digna de ser mãe, por ter deixado a filha congelar daquela maneira.

Vanessa não se defendeu, em seu coração, também se culpava. Ela sabia que Helder não amava Bruna, mas mesmo assim concordou em deixá-lo levar Bruna embora.

De fato, a culpa era dela.

— Papai, eu quero o papai. — Bruna murmurava, o rosto ardendo de febre. — Mamãe, eu também quero um abraço do papai. Eu vou me comportar.

Bruna chorava sem parar, as lágrimas umedecendo seus cabelos, e Vanessa sentia o coração apertado de tanta dor.

Naquele momento, Bruna ainda pensava em Helder.

Vanessa segurou o celular, e no fim acabou ligando para Helder.

Ele não atendeu.

Então ela mandou uma mensagem para ele.

[Filha está com febre alta, gostaria que viesse ao hospital vê-la.]

Até o amanhecer, Helder não respondeu.

O Instagram de Lurdes foi atualizado com fotos dos três assistindo à paisagem noturna.

Depois de abandonar Bruna, ele não demonstrou nenhum arrependimento, nem mesmo preocupação, como se nada tivesse acontecido.

Vanessa ficou completamente desiludida, sem mais nenhuma esperança em relação a ele. No coração de Helder, Bruna nunca foi importante, e ela, muito menos.

Vanessa ficou ao lado de Bruna durante toda a noite, até que finalmente a menina acordou.

— Mamãe, desculpa por ter te preocupado. — A maturidade de Bruna partiu o coração de Vanessa.

— Bobinha, não precisa pedir desculpa. — Vanessa conteve as lágrimas. Se alguém devia desculpas, era ela à Bruna.

Por não ter conseguido dar a ela o amor do pai.

— Mamãe, não chora, estou bem agora.

— Uhum, mamãe não vai chorar.

Vanessa abraçou Bruna, dando-lhe remédio e comida.

Bruna ficou internada por três dias e, no dia da alta, Helder finalmente respondeu à mensagem.

[Ainda estão no hospital? Vou buscá-las.]

Bruna segurou o celular e, ao ver a mensagem que apareceu, abriu um sorriso radiante.

— Mamãe, o tio disse que vai buscar a gente.

Ao saber que Helder viria buscá-la, Bruna não conseguiu evitar sentir uma ponta de expectativa.

Vanessa apenas assentiu, rezando em silêncio para que Helder não faltasse com a promessa.

Mesmo que fosse apenas por culpa de ter deixado Bruna, esperava que ele cumprisse ao menos uma vez sua palavra.

O tempo foi passando lentamente, e o sorriso no rosto de Bruna foi desaparecendo pouco a pouco. Do início da manhã até o meio-dia, ela permaneceu olhando fixamente para a porta do quarto.

Vanessa olhou para o relógio na parede, depois para Bruna.

Sentindo o olhar da mãe, Bruna falou baixinho:

— O tio não vem, né? Ele deve estar tão ocupado que se esqueceu de me buscar. Mamãe, vamos embora.

Bruna tentava se enganar, fingindo um sorriso ao saltar da cama e puxar a mão de Vanessa.

Vanessa sentiu o peito apertar e assentiu.

— Está bem. A mamãe te leva pra casa.

Vanessa segurou a mão de Bruna e saíram do quarto. Ao chegarem perto do elevador, encontraram Helder.

— É o papai. — Bruna corrigiu-se imediatamente. — É o tio, o tio veio buscar a gente.

No instante seguinte, Lurdes saiu do elevador.

Vanessa apertou ainda mais a mão de Bruna, que tentava se soltar.

Helder olhou para trás e viu Vanessa e Bruna. Franziu levemente a testa, parecendo um pouco desconfortável.

— Mário está bem? — Lurdes perguntou a ele, que balançou a cabeça.

— Está, só esfolou a pele. — Helder finalmente desviou o olhar, sem lançar um único olhar para Vanessa e Bruna.

Vanessa compreendeu: Helder não estava ali para buscá-las.

No olhar dele, só havia espaço para Lurdes e o filho dela.

Mesmo que algo acontecesse com ela ou Bruna, nada seria capaz de provocar sequer uma onda no interior dele.

Vanessa já não conseguia descrever o que sentia naquele momento. Baixou a cabeça e olhou para Bruna com ternura.

— Bruna.

Bruna retribuiu o olhar com um sorriso. — Mamãe, vamos pra casa.

Durante todo o caminho, ambas permaneceram em silêncio, Bruna chorava baixinho olhando pela janela.

Ao chegarem à mansão, Bruna se trancou no quarto.

Vanessa não a chamou, ficou em silêncio do lado de fora, acompanhando-a.
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