Short
A Escolha que Mudou o Destino

A Escolha que Mudou o DestinoPT

História Curta · Contos Curtos
Bruna Soares  concluído
goodnovel4goodnovel
7Capítulos
3.0Kleituras
Ler
Adicionado
Resumo
Índice

No exato dia em que Arthur Costa, meu marido, se debruçava sobre panelas na cozinha preparando comidas para Helena Lopes, sua amada, meus sogros foram sequestrados. Desta vez, não bloqueei seu caminho quando partiu para socorrê-los. Me limitando a discar para a polícia com mãos firmes. Sabia cada movimento dessa coreografia macabra. Afinal, eu havia renascido. Na minha vida passada, ao impedi-lo de auxiliar a amada, conseguia que convencia os sogros a se trancarem em casa, escapando do sequestro. No entanto, Helena sofreu um corte mal cuidado que gangrenou, lhe custando o braço. Arthur jamais pronunciou acusações, mas exatamente um ano depois, com meu ventre curvado por nove meses, me enganou com juras de reconciliação. Ele me levou a um penhasco deserto onde suas mãos me empurraram ao abismo. — Se não tivesse barrado meu caminho naquela noite, seria ela inteira! Toda essa desgraça escorre de suas mãos! Por que foi ela quem perdeu um braço? Você é que devia apodrecer no inferno! Sua víbora! Seu monstro! — Ele rugiu, com uma voz repleta de ódio. Despenhada nas rochas, carregando em meu útero o fruto de nosso amor envenenado, expirei com pupilas gravadas de maldições não pronunciadas. Na minha segunda chance, deixei Arthur sair para cuidar de Helena. Quando retornou, trazia nos ombros o peso de escolhas irrevogáveis. Desabou de joelhos no chão, o rosto sulcado por uma máscara de agonia que lhe acrescentou década à fisionomia em meras 24 horas.

Ler mais

Capítulo 1

Capítulo 1

No exato instante em que Helena, amada de Arthur, chegava, meu celular tocou. A voz rouca do sequestrador ecoou na linha:

— Preciso de 20 milhões! Uma hora para deixar o dinheiro debaixo da ponte central. Se chamar a polícia, vou matar os reféns na hora!

Por instinto das memórias da vida passada, ativei o viva-voz. Arthur ouviu tudo, seu rosto endurecendo como mármore.

— Tão desesperada para afastar Helena, Bruna? — Sua gargalhada cortou o ar como navalha. — Montou esse teatro com meus pais?

Dessa vez, nem lágrimas, nem súplicas. Em vez disso, respondi com uma calma que surpreendeu até a mim mesma:

— Não estou encenando nada. Seus pais estão com sequestradores. Precisamos de 20 milhões para o resgate. Vá buscar o dinheiro agora.

Arthur olhou para mim com frieza, sua expressão impenetrável.

— Por não te amar, resolveu me assaltar?

Eu conhecia cada dobra daquela alma há vinte anos. Havia salvado-o de um acidente na infância, e as famílias nos amarraram num noivado. Sabia do nojo que sentia pelas minhas origens, do coração que batia por Helena no exterior. O amei mesmo assim.

Na véspera do casamento, ofereci a saída:

— Se você não quer se casar comigo, ainda pode correr atrás de Helena. Não vou impedir.

Ele nem sequer olhou para mim, apenas respondeu com indiferença:

— Escolhi isso.

Depois do casamento, ele se tornou ainda mais distante. Ele nunca me fitava com doçura. Eu engolia a mentira de que seu gelo era natureza, não desprezo.

Até o dia em que Helena desembarcou. O sorriso que ele havia guardado por anos me esfaqueou.

Desde o princípio, ele nunca esteve ao meu lado.

Eu o encarei com uma decepção que já não podia ser ignorada. Com uma voz calma, mas firme, eu disse:

— Nunca quis seu dinheiro e jamais usaria um método tão baixo. Acredite ou não, seus pais foram sequestrados. Eu não estou encenando nada. Se você confia em mim, vamos à polícia. Se não, saia da minha frente e não me atrapalhe em salvá-los.

Se foi minha serenidade de glaciar que o chocou, ou o fato de nunca antes ter batido o pé, Arthur se transformou em estátua.

Ao empurrar Helena para passar, ela caiu com um guincho teatral.

— Ai, que dor! — Lágrimas de cristal escorriam pelo rosto de boneca. — Arthur, não fique bravo com a Bruna. Ela não fez de propósito.

A sombra de uma nuvem de ódio cobriu o rosto de Arthur. Num impulso animal, disparou em direção a Helena e a ergueu nos braços como frágil boneca de porcelana. Só então notei o fio de sangue escorrendo de sua palma.

Ele se virou para mim com um grito cheio de raiva:

— Se algo acontecer com Helena, vai pagar caro!

Ele correu como furacão para o hospital, me deixando na solidão daquele quarto enorme.
Mais
Próximo Capítulo
Baixar

Último capítulo

Mais Capítulos

Romances Relacionados

Último capítulo

user avatar
Flavia Braz
história repetida livro chato
2025-03-31 13:08:04
1
7 chapters
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App