“Alguns corações protegem antes mesmo de admitir que pertencem.”
Helena o encarava com apreensão — os olhos grandes, tensos.
Então Santiago tomou sua mão na dele. A voz saiu baixa, firme, mas tremendo nas bordas.
— Primeiro… eu quero que você entenda uma coisa. — Ele respirou fundo. — Nada do que eu fiz foi com a intenção de esconder algo de você. Eu só… não queria que você se preocupasse ainda mais.
A expressão dela não mudou de imediato. Mas ela assentiu devagar, incentivando-o a continuar. E ele continuou.
Falou tudo.
Tudo de uma vez.
Quase sem respirar.
Quando terminou, soltou o ar como se tivesse carregado o peso do mundo por semanas.
— E é isso. — murmurou, observando cada nuance do rosto dela, desesperado para adivinhar o que se formava ali.
Helena, porém, não falou. Nem se mexeu. Apenas desviou o olhar para o horizonte — a testa levemente franzida, o semblante fechado. Ele sentiu o coração se partir um pouco, como se estivesse rachando no ritmo lento da respiração dela.
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