Lucas tamborilava os dedos contra a mesa metálica da sala de interrogatórios. A delegacia estava em silêncio naquela tarde nublada, exceto por um ventilador antigo que girava preguiçosamente no teto. O cheiro de café velho e papel mofado pairava no ar. Ele tinha os olhos grudados na tela do celular. O médico de Alis ficou de lhe mandar notícias pelo whats. À sua frente, o detetive Alex Cartumis observava-o em silêncio, com os braços cruzados e o cenho franzido.
— Então? — Cartumis quebrou o silêncio. — Quer me dizer por que me chamou aqui com tanta urgência?
Lucas encarou o policial por um instante antes de se inclinar para frente.
— Eu vim contar tudo. Sem jogos. Sem mentiras. E preciso da sua ajuda.
— Estou ouvindo.
— A mulher que vocês prenderam... não é minha esposa Liz Eagleton Trevor. É Alis Brade.
Cartumis não esboçou surpresa.
— Eu já desconfiava que algo estava errado com a identidade dela. Os registros estavam estranhos demais. A biometria não fecha com outros registros. Ma