À noite, o silêncio da casa é embalado por uma brisa suave que entra pela janela entreaberta. Estou sentada na beira da cama, com Dario aninhado em meus braços. Ele brinca distraído com uma mecha do meu cabelo, e eu luto para conter o riso.

— Já é hora de dormir, meu amor — sussurro, roçando os lábios em sua testa.

Meu bebê boceja, aconchegando-se ainda mais no meu colo, e começo a cantar baixinho uma canção de ninar — a mesma que minha mãe cantava para mim quando eu era pequena. A melodia é suave, quase um sopro, e logo seus olhinhos se fecham. Fico observando por um momento o seu rostinho sereno, o peito subindo e descendo num ritmo tranquilo.

A paz que ele me traz é inexplicável. Dario é o meu mundo inteiro.

Coloco-o com cuidado no berço, cubro-o com o cobertor e apago a luz do abajur.

Ao sair do quarto, caminho silenciosamente pelo corredor até o meu quarto. Já estou pronta para descansar — mas então, o tempo parece parar quando encontro Blade ali, encostado na moldura da janela,