Acordei com uma sensação estranha, como se ainda estivesse flutuando entre o sonho e a realidade. O corpo pesado, a cabeça latejando, e aquela lembrança viva da tontura que me derrubou na noite anterior. Por um instante, o pânico ameaçou me dominar de novo. Mas quando meus olhos encontraram Ravi, ajoelhado ao meu lado, as mãos firmes segurando as minhas, a respiração voltou ao ritmo.
Agora, deitada no sofá da sala, enrolada em uma manta macia, eu o observava de relance, lembrando da forma como ele me carregou com tanto cuidado, como se eu fosse algo frágil demais para o mundo. E talvez fosse mesmo.
Ele havia saído cedo, depois de insistir mil vezes que ficaria. Só foi porque algo urgente na empresa exigiu sua presença. Antes de sair, beijou minha testa e prometeu que a médica viria me examinar. E que voltaria o mais rápido possível.
“Eu deveria estar acostumada a fazer tudo sozinha”, pensei, olhando para o teto. Mas a verdade é que nunca senti tanto medo de ficar só como agora.
O som d