A dor ainda estava ali, latente, queimando por dentro como se cada palavra dita por Arthur tivesse sido um golpe certeiro. Mas Laura não era mais a garota assustada que entrou naquela empresa desesperada por uma chance. Ela tinha engolido cada humilhação, cada olhar de julgamento — e agora, se havia algo que sabia fazer bem, era se reinventar.
Naquela manhã, chegou mais cedo ao escritório. O olhar estava calmo, mas a postura era de quem não se deixaria dobrar.
— Laura? — perguntou Paula, a recepcionista, surpresa ao vê-la antes do expediente começar.
— Só precisava de um tempo para mim antes do caos. — Sorriu. — E talvez... um café forte.
Minutos depois, ela estava em sua mesa, os olhos fixos nos documentos do setor de projetos especiais. Havia algo ali — uma inconsistência nas planilhas da filial do Recife que ninguém parecia ter notado. Era a oportunidade perfeita para provar que sua presença na Ferraz & Co. não era definida por um jantar ou um boato.
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Enquanto isso, no andar de