Elara*
O caos se espalhou pelo acampamento como uma tempestade descontrolada. Uivos e gritos cortavam o ar, rasgando a noite em pedaços. Castor, Lúcia e Miranda já estavam cercados pelos lupinos — enormes, de pelagem negra e presas brilhando sob a luz pálida da lua. Eles eram como sombras vivas, criadas apenas para matar.
— Elara. — Cassian girou bruscamente para mim, os olhos queimando de urgência. — Fuja. Agora.
— Não... eu não vou deixar vocês.
— Você não pode ajudar! — sua voz era um rugido, áspero, carregado de desespero e fúria contida.
— E você também não, Cass! — retruquei, quase gritando. — Ainda está ferido, está fraco demais!
— Me obedeça, porra! — seus olhos encontraram os meus, cortantes, tão intensos que senti meu coração se despedaçar.
Castor já se transformava, saltando sobre um dos lobos negros, enquanto Lúcia avançava para proteger Miranda. O choque de garras e dentes ressoava como trovões.
— Cassian... — tentei uma última vez, a garganta apertada.
— Me obedeça! — el