Elara*
Cassian estava possesso. O desejo de voltar para casa e acabar com Draco queimava nele como fogo. Seus olhos ardiam de raiva, e o maxilar, sempre tenso, parecia que ia se partir. Mas depois de uma longa conversa com Castor, ele entendeu — por mais que doesse — que seria uma péssima ideia. Draco havia espalhado capangas e lupinos traidores por toda a fronteira da casa Midas. Voltarmos seria um suicídio.
Pior ainda: estávamos sendo caçados.
O dia nasceu frio, a floresta se abriu diante de nós, e seguimos em direção a um lugar que Castor e Lúcia afirmavam ser seguro. Eu caminhava logo atrás de Cassian, observando-o em silêncio. Ele parecia ausente, mergulhado em pensamentos que eu jamais teria acesso.
Logo, entre as árvores, surgiu uma construção em ruínas. Uma casa antiga, esquecida pelo tempo. E então, dela saiu Miranda.
Meu coração disparou ao ver seu rosto chocado, ao ver as lágrimas caindo como rios assim que seus olhos pousaram sobre o filho que ela acreditava estar morto.