Gabriela acordou no meio da madrugada com um peso no peito que não a deixava respirar.
O envelope da citação judicial estava sobre a mesa, intacto, como se bastasse a presença dele para envenenar o ar da casa.
Miguel dormia no sofá da sala, não por falta de espaço, mas por respeito.
Eles tinham sentimentos, sim — intensos, verdadeiros — mas agora era hora de proteger. E proteger, às vezes, era manter distância física, sem jamais deixar de estar por perto.
Gabriela cobriu-o com um cobertor fino e olhou para ele em silêncio.
Miguel.
O homem que chegou sem prometer nada… e estava disposto a enfrentar tudo.
Na manhã seguinte, Gabriela levou Manu para a escola e foi direto ao escritório de uma advogada indicada por uma amiga.
Dra. Patrícia Rocha, especializada em direito da família.
— Primeira coisa que quero que você saiba — disse a advogada, firme — é que você não está sozinha. Já vi muitos pais ausentes tentarem retornar à vida dos filhos por vingança ou vaidade. Mas a justiça costuma e