Vittorio Bianchi
O sol já está alto quando estaciono o carro em frente à minha casa. Passamos a manhã inteira no hotel, sem pressa para sair da cama, aproveitando cada segundo juntos. Mas agora, a realidade nos chama de volta.
Ela suspira ao olhar para a casa.
— Meus pais devem estar aí.
Observo as janelas, vendo as cortinas se moverem levemente. A movimentação dentro da casa indica que eles já estão acordados e, provavelmente, à mesa para o almoço.
— Se eles nos virem chegando juntos, vão perguntar onde você estava — murmuro, apertando o volante.
Heloísa morde o lábio, pensativa.
— Podemos dar a volta pelos fundos e entrar sem que eles percebam.
Dou um sorriso de lado.
— Sempre tão esperta.
Ela revira os olhos, mas o canto de seus lábios treme, denunciando a diversão.
Saímos do carro com cautela e seguimos pelo jardim lateral. O som de vozes vindo da sala confirma que seus pais continuam ocupados.
— Pronto, agora é só ir direto para o seu quarto — sussurro quando chegamo