Lorenzo Bianchi
Voltar para a Itália, mesmo que por uma semana, foi como respirar fundo antes de mergulhar. Os vinhedos ainda estavam lá, estendidos como braços abertos, e o cheiro da terra me envolveu como um velho cobertor. Cada canto da casa, cada chiado do assoalho, parecia sussurrar “bem-vindo de volta”, mas eu sabia — não era um recomeço, era uma despedida adiada.
A semana passou depressa. Revi os amigos do vilarejo, ajudei meu pai na adega, ouvi histórias novas e antigas do nonno, como se ele quisesse me deixar um pouco mais de si antes da partida. E, entre um dia e outro, Aurora.
Nos víamos sempre que podíamos, mas nunca falamos muito sobre o que viria. Ela não perguntava quando eu voltaria. Eu não dizia quando partiria. Era como se estivéssemos tentando empurrar o tempo com as mãos, só para ficar mais um pouco dentro daquele agora.
Na véspera da minha volta a Nova Iorque, mandei uma mensagem curta.
Lorenzo:
Me encontra no parreiral. Hoje. Antes do pôr do sol.
Ela respondeu co