Parte 142...
Matteo
Quando deixo Valentina na casa nova, ainda atordoada e vulnerável, sinto o sangue ferver enquanto dirijo até a casa dos meus pais. A fachada iluminada, perfeita, organizada… Tudo me dá náusea. É incrível como um lugar tão bonito pode abrigar tanta podridão.
Entro sem fazer barulho, mas não importa. Eles sempre sabem quando eu chego e dessa vez, eu quero que saibam. Tranco a porta da frente, porque isso não é conversa pra ter com ninguém entrando e saindo.
— Mãe. Mira. No escritório. Agora!
As duas surgem quase ao mesmo tempo. Minha mãe com aquela postura controlada, de senhora da sociedade intocável. Mira com a cara inchada de choro ou de culpa. Tanto faz.
Elas entram no escritório. Fecho a porta. O clima pesa de imediato.
— O que aconteceu? - minha mãe pergunta, com aquela voz fingida de doce, que só me irrita mais. — Valentina melhorou, não foi?
— Eu vou ser bem direto – digo de cara fechada. — As duas vão embora daqui. Longe da família. Amanhã.
— O quê? - Mira a