Parte 86...
Matteo
A estrada se estendia escura, e a cada quilômetro o silêncio ficava mais pesado. Por dentro, uma única frase martelava dentro de mim: se ela estiver machucada, ninguém vai sair vivo dessa.
O telefone tocou de novo. Era Rivetti.
— Finalmente, Romano. - a voz dele soava cheia de deboche.
— O que você quer?
— Já te disse... Você demora porque quer, sabe que eu não vou desistir. A zona portuária. É isso ou a garota desaparece.
— Se você encostar nela...
— Eu? Não. Eu gosto de observar. Mas os homens que estão com ela são impacientes. Melhor decidir rápido. – deu uma risadinha.
A ligação caiu.
Senti o volante ranger sob minhas mãos. Cirus me olhou pelo espelho.
— Matteo...
— Fala.
— Se for uma armadilha, o que vai fazer?
— Não importa. - olhei pra frente. — Eu vou trazê-la de volta. Nem que tenha que atravessar o inferno pra isso.
O carro acelerou. O som do motor e o eco da minha raiva se misturaram.
O tempo passava lento demais pra mim. Mas eu tinha uma nova certeza. R