Parte 127...
Matteo
O endereço chegou pelas mãos de um dos capangas de Tizziano. Depois que contei a ele o que nossa mãe havia feito, ele quase que revirou toda a cidade de cima abaixo e encontrou.
Carlo não estava em seu apartamento de moradia, mas sim em um de trabalho, no subúrbio da cidade. Um prédio cinza, sujo, com cheiro de ferrugem e óleo velho. O tipo de lugar onde ninguém faz perguntas, mesmo quando ouve um grito no meio da noite.
Realmente aqui, ninguém iria prestar atenção ao que acontecia. Cada um teria seu problema.
O motor do meu carro ainda vibrava quando parei. O relógio marcava pouco depois da meia-noite. Nenhum som, exceto o latido distante de um cachorro e o vento atravessando as vielas.
Respirei fundo. Cada segundo era um lembrete: minha mãe o pagou. Ele levou Valentina. Ela pode estar machucada. Ou pior.
Bati na porta do apartamento 3B. Nada.
Bati de novo, mais forte. O barulho de uma tranca.
E então a voz dele.
— Quem é?
— Um velho amigo - respondi, calmo.
A por