Meu nome é Luana Conti e tenho 30 anos.
Eu não sei quem são meus pais. Fui deixada no orfanato ainda bebê e fiquei lá até os quatorze anos. Eu lembro de ter sido muito sozinha naquela época — mesmo entre tantas crianças, sempre tinha alguém que me excluía. A irmã Nalva foi a única referência de mãe que tive na vida. Foi ela quem praticamente me criou.
Ela dizia que meus pais tinham morrido… dois infelizes que se perderam nas drogas. Dois seres sem vida, como ela mesma falava, porque se entregaram completamente àquilo. Ela chegou a conhecê-los e tentou ajudar, tentou tirar os dois daquele caminho, mas eles não tiveram força.
Quando fiz quatorze anos, ela conseguiu uma pessoa para me apadrinhar. Eu tinha boas notas, então foi fácil me adaptar a um colégio melhor. Morava no orfanato e saía só para estudar. Depois, quando passei na faculdade, essa mesma pessoa continuou me ajudando. Estudei em uma universidade excelente e me formei em Economia.
Foi na faculdade que conheci a Lívia e o Mar