Quando ouvi a Celly falando com o Geovani que a Ana tinha passado mal — e que foi o Téo quem a ajudou — senti meu coração sendo espremido por dentro. Na hora pedi para falar com ela, perguntei como estava. Sei que a gravidez não está sendo fácil… as mudanças de humor, o cansaço, a insegurança com o corpo, tudo junto. E por serem gêmeos, o peso físico e emocional dobra. Já até conversei com a Celly sobre isso. Quero ser o companheiro que a Ana precisa.
Mas aquilo… aquilo me derrubou.
E eu repito para mim mesmo, quase como um mantra desesperado:
A Ana não é a Lívia.
Quando o Geo encerra a ligação — rápido demais para ser coincidência — eu entendo que foi por minha causa. Ele respira para começar a falar alguma coisa.
— Marcos…
— Não. Não fala nada.
Minha voz sai firme, mas a tensão está ali, vibrando. O silêncio dos dois no carro só aumenta o nó que já está me sufocando.
De repente, as palavras escapam de mim. Não eram para eles.
Eram meus pensamentos, mais altos do que eu queria.
— Ela