Capítulo 9
Aurora Sinclair
O ônibus balançava pelas ruas agitadas de Palermo enquanto eu fitava a cidade pela janela — aquele lugar seria, a partir de agora, meu lar. O coração disparava entre o medo do desconhecido e uma tênue esperança. Eu finalmente estava longe de Siena, longe das sombras do orfanato, longe das cicatrizes invisíveis que aquela cidade havia marcado em mim.
Mas agora? Agora eu estava completamente sozinha.
Apertei a alça da mala com força ao descer na rodoviária, o vento quente e úmido bagunçando meus cabelos. A multidão ao redor passava apressada: vozes altas, fones de ouvido, rostos que não se cruzavam comigo. Ninguém sequer me notava. Estranhamente, isso me trouxe um alívio silencioso.
No bolso, pouco dinheiro — o suficiente para sobreviver por algumas semanas, se eu fosse cuidadosa. A primeira missão era encontrar um lugar para ficar.
Pisei nas ruas estreitas e antigas, observando as placas de “aluga-se” penduradas em prédios desgastados pelo tempo. Bati em algu