Capítulo 6Ettore BellucciA noite estava densa, uma cortina escura sobre a cidade de Palermo. O ar carregava o cheiro do sal do mar misturado à poeira que se erguia das ruas agitadas. O calor da tarde se transformara em uma brisa quente, mas o peso nos meus ombros permanecia constante. O ataque no armazém tinha deixado marcas mais profundas do que eu queria admitir. O calor da violência, os olhos desesperados de quem foi derrotado e, acima de tudo, o sangue que agora estava impregnado em minha pele, em minhas roupas. Mesmo com o cheiro de pólvora e o vazio que se seguia, eu sabia que nada disso iria desaparecer tão cedo.Henrico, meu primo e subchefe, estava ao meu lado, mas, como sempre, em silêncio, esperando que eu dissesse algo. Lorenzo, o consigliere, seguia o mesmo ritmo. Nenhum de nós precisava de palavras para entender a gravidade do que aconteceu. Eles conheciam bem o peso de um líder, o peso de ser o Don. E naquela noite, o peso estava mais pesado do que nunca.— Vamos para
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