Para se livrar de um casamento arranjado, Alexissuos, que nunca foi um homem manipulado pela família, e muito menos por sua avó Eugênia, é capaz de tudo, até mesmo assumir a jovem Thaila, que trabalha mais do que deveria e que está grávida e não faz ideia de quem seja o pai da criança. Thaila estava arrasada com o erro de uma noite, onde ela mal se lembrava como aconteceu, mas não era uma opção desistir da criança, afinal ela era praticamente sozinha no mundo, e por isso, sem pensar muito, disse sim e aceitou a ajuda de Alexissuos, sabendo que era um casamento puramente de fachada, por contrato, com data para divórcio.
Ler maisCapítulo 01
Por Contrato O Sentido do Amor Cansada e sem ânimo devido a uma forte gripe que se arrastava há semanas, Thaila fingia reagir à sua supervisora, enquanto recebia as recomendações. Sua rotina árdua de estudos e horas extras de trabalho parecia sem fim, e o dia de 24 horas nunca era suficiente. Porém, essa era atualmente sua vida, e ela não tinha dúvida de que, apesar de tudo, estava correndo atrás dos seus sonhos. Com passos sem energia, entrou na van da equipe, que fazia a rota do dia para deixar todas as faxineiras. Enquanto isso, ela pensava na vida e curtia a paisagem até o local de trabalho, que não fazia ideia de onde seria, em Milano. Sem se lamentar por ter vindo para a Itália apesar de que nem de longe pensara em trabalhar como faxineira, afinal, ela viera por uma ilusão criada pela prima, que lhe dizia que sua vida seria só de estudante. Uma baita mentira de Aline, e quase Thaila se vira em algo muito errado para seu modo de ver a vida. Porém, ela conseguiu escapar da rede de prostituição, e mesmo tendo que quase morrer de tanto trabalhar, para pagar uma dívida enorme com prima, ela preferia mil vezes isso à vida de mulher fácil. Além disso, para ela, não tinha preço ainda ser virgem.Talvez algo bobo hoje em dia. Ela até chegou a pensar sobre isso, e quase mudou de ideia ao conhecer um rapaz legal na escola de gastronomia que frequentava, mas ela era tímida e com pensamentos quadrados, além disso ser virgem era um tipo de orgulho por ter visto algumas amigas da adolescência se dar muito mal. Valent só queria levá-la para a cama, como fazia com todas, e seu lindo rosto escondia bem o cafajeste que ele era. Ainda bem que ela não cairá no papo dele e só agradecia o livramento, e assim Thaila resolveu focar definitivamente nos estudos e trabalho, e esqueceu a parte de relacionamento, ficando sempre sozinha e aproveitando totalmente o tempo com trabalho extras que arrumava. Desde muito cedo, no Brasil, ela sonhava em se tornar uma chef de renome. E quando Aline, depois de dois anos morando na Itália, a convidou dizendo que conseguiria uma bolsa para ela de gastronomia. Thaila chorou com sua grande sorte. Afinal, a Itália é um dos berços da culinária mundial, e ser uma grande chef era sua meta de sucesso na vida. A família de Aline, e Thaila nem sonhava que ela, tão querida por todos, a trouxera para a Itália com segundas intenções. Mas Thaila entendia que a prima estava desesperada com a doença da mãe dela e, no fim, pela família, ela perdoou tudo. Criada pela tia Ângela, mãe de Aline desde pequena, já que sua mãe Regina, e seu pai Carlos haviam morrido no hospital quando ela tinha apenas três anos, por um acidente de carro. Thaila só não se tornará uma órfã problemática, graças ao carinho da tia, que a tratava igual a uma filha. E, isso sempre fez Thaila se sentir amada, apesar do tio, que nunca a aceitava e sempre a criticava. Pois ele reclamava de tudo que ela fazia e só elogiava a filha dele, Aline. Por esse motivo, Thaila fazia serviços domésticos com extrema qualidade, cozinhava e fazia tudo dentro de casa. Afinal, ela passou toda a infância e adolescência tentando mudar a opinião do tio Gilson, mas infelizmente sem sucesso. Porém, graças a isso ela se tornou uma obsessiva por limpeza. Sendo assim uma profissional na escala ouro na empresa de limpeza Bianchi, e também com muito empenho ela já estava fazendo estágio na cozinha de um grande restaurante famoso da Itália. Sua vida corrida e diária era extremamente exaustiva, porém finalmente estava dando muito certo, e nenhuma gripe nojenta iria fazê-la parar. Thaila fungou, limpando o nariz. Mesmo porque ela agora finalmente iria começar a trabalhar para os mais VIPs da empresa Bianchi, e isso certamente iria aumentar seu salário e melhorar ainda mais seu currículo. Apesar do alto padrão e dos valores excelentes, os ricos que solicitavam os serviços eram muito exigentes. Lhe disse Sônia, a gerente, mais cedo, quando explicava a mudança de escala. Na verdade, alguns eram excêntricos, com manias de limpeza específicas. Como nunca tirar nada do lugar, era preciso manter lustres e espelhos brilhando com produtos de limpeza importados. Fora os aromas caros de especiarias de rosas, e até muitas das vezes sigilo sobre a vigência de contratos, e endereço onde a confidencialidade era firmada com uma alta multa, caso fosse quebrada. Além disso, em sua maioria, a solicitação das limpezas era sempre quando o cliente estivesse fora, para evitar contato com os empregados. Nem todas regras chatas citadas faria Thaila desistir de passar para a escala VIP da empresa Bianchi Limpo, e assim, ela não pensou duas vezes ao assinar o contrato, com cláusula confidencial de até nunca, em nenhuma circunstância, alegar que fora assediada ou algo do tipo. Já era tarde quando Thaila finalmente estava quase iniciando a limpeza do último cliente novo do seu turno. O apartamento era mais luxuoso que ela já havia feito faxina, e sinceramente, a surpreendeu com a organização e beleza de cada item charmoso da decoração moderna. Mas o excesso de vidros, espelhos e aço foi algo que a deixou no limite, e, para piorar, a gripe que ela estava desde da semana passada não ajudava em nada, e a medicação cheia de corticóide só piorava tudo. Com sua dedicação exemplar, ela tentava deixar tudo impecável, mas realmente estava péssima e precisava de algo para se manter em pé. Mas sua sorte estava boa, e ao abrir a geladeira moderna de duas portas logo encontrou várias latas de energéticos. E com alívio ela suspirou sabendo que tinha finalmente algo para acordá-la. Enfim ela não resistiu, acabou pegando uma lata e tomou seu remédio junto, para aguentar até o final do trabalho. Com certeza um cliente tão VIP não iria fazer conta de um simples energético, pensou ela, finalizando de bebe a lata. Em seguida, ela saiu andando pelo apartamento luxuoso, marcando as tarefas a realizar. Porém, de repente, viu o bar na lateral da sala de estar. E por que não fazer um drink? Parecia uma ideia maluca, mas ela não estava normal, apesar de nunca ter gostado tanto de beber, e realmente ela precisava de um gás extra para dar conta de fazer uma limpeza bem feita, sendo assim andou até o local repleto de garrafas caras e começou a verificar cada bebida disponível. Thaila, assim que chegou do Brasil, trabalhou como ajudante do barman da casa noturna Blue Nightclub onde Aline trabalhava. Isso fora sua tábua de salvação, pois ela se deu muito bem com Mário, um ex-soldado aposentado que tomava conta do bar, Ele gostou tanto dela que a livrou da loucura que Aline, sua prima, armara para ela. Só pela proteção do senhor já idoso, Aline desistiu de forçá-la a ser como ela era, uma prostituta profissional. Depois disso, por um tempo, Thaila até queria seguir trabalhando no bar, pois gostava de Mário. Mas Fred, o dono da casa noturna e filho dele, logo tentou convencê-la a aceitar ser uma das garotas do local. Mário a ajudou novamente, ficando contra o filho, e logo a aconselhou a esquecer o trabalho de barman, já que infelizmente a profissão não era segura para uma mulher tão jovem e bonita. Uma pena, ela lamentou, pois realmente era boa com drinks e aprendera tudo que Mário lhe ensinara. Todos diziam até que ela fazia uma mistura sensacional, que dava um gás de fazer até a alma mais cansada reagir. Pensando nisso, ela sem pensar, fez a sua mistura favorita de drinks, que ela mesma batizou como "Viva a Primavera". Em seguida, tomou degustando cada gole. Realmente, a sensação foi maravilhosa, deixando-a leve, e o sabor incrível a fez suspirar. Em seguida, ela com calma tomou todo drinks, e totalmente relaxada, sem sintomas de gripe e muito animada, voltou ao serviço. Acabou sendo irresistível fazer mais outro copo do mesmo drink delicioso, afinal era muito trabalho para fazer, e assim ela foi limpando e bebendo sem ver, mas ao terminar de limpar, tomou um susto quando deu por si. Thaila, já havia tomado mais de três latas de energético, fora os drinks que nem fazia ideia da quantidade, e ainda estava fazendo mais, afinal era muito grande a quantidade de bebida da adega, e o cliente nunca iria perceber. Como sabia que o cliente estava fora, viajando segundo as informações da escala de trabalho, ela sabia que podia continuar sem medo a loucura que começará. -01- Autora: Graciliane Guimarães-Capítulo 78 Por Contrato O Sentido do AmorA festa continuava. Os empregados serviam o bolo. Mas Thaila, que ainda se recuperava emocionalmente da última discussão com Alexissuos, decidiu se afastar e já estava próxima à entrada da casa, sem fazer alarde.No jardim, bem perto da casa, Giulia, incomodada por ter sido ignorada por Giancarlo e depois deixada sozinha, se aproximou de Alexissuos com um ar melancólico e voz calculada:— Doutor Giordarnni, será que o senhor poderia me levar embora? Giancarlo desapareceu sem me avisar e, sinceramente, eu estou desconfortável aqui.Thaila viu a cena. Parou. Observou. E sentiu o coração ser perfurado pelo ciúmes. A raiva subiu quente como fogo.Alexissuos, percebendo a presença de Thaila e querendo provocar, respondeu:— Só levo se a minha esposa autorizar. Pode pedir pra ela. — apontou para Thaila, parada na porta de entrada.Thaila reagiu com o olhar frio e a voz cortante:— Você é livre, Alexissuos. Faz o que quiser. Eu não sou sua dona.
Capítulo 77Por Contrato O Sentido do AmorAlguns dias haviam se passado desde a última discussão entre Thaila e Alexissuos. E, mesmo após tantos beijos, lágrimas e desentendimentos, um certo silêncio se instalou entre eles. Alexissuos, apesar de consumido pelo desejo e pelo amor que sentia, respeitou o espaço que Thaila pediu e manteve-se fora de casa. Porém, sua presença era diária: ele via Alonso, cuidava de pequenos detalhes e participava como pai presente. Mas nunca dormia ali.A festa de dois meses de Alonso foi marcada para o fim da tarde, às 17h, no jardim da casa. O tema escolhido: O Poderoso Chefinho, ideia da Kelly. Tudo estava impecável: tons de azul-marinho, branco e dourado decoravam o ambiente com milhares de balões flutuantes personalizados, um painel imitando o escritório do pequeno chefe e pelúcias que lembravam o famoso personagem.O buffet servido era refinado: bruschettas com tomates secos e queijos italianos, mini massas artesanais, lasanhas em porções individ
Capítulo 76 Por Contrato O Sentido do AmorAlexissuos, novamente beijou Thaila com suavidade e intensidade, como se quisesse apagar todo o tempo perdido entre os dois.Ela correspondeu por instantes. Mas, de repente, afastou o rosto, como quem desperta de um transe.— Alexissuos e no hospital? No San Paolo. Lá não tem nenhuma enfermeira ou médica com quem você já tenha tido alguma coisa?Ele franziu o cenho, surpreso com o rumo da pergunta. Tentou segurar suas mãos de novo, mas ela recuou mais um passo.— Thaila, para. Isso não existe. Você está criando coisas na sua cabeça. Para com isso, amore mio. Eu te amo. Vamos viver juntos a partir de agora. Esquece o que aconteceu no início do nosso relacionamento. Me perdoa. Não faz assim. Vamos ter nossa família. Ser felizes.Mas ela balançou a cabeça, firme.— Não desconversa, Alexissuos. Eu fiz uma pergunta direta. Eu quero saber. Você já teve algum caso no hospital?Ele baixou os olhos por um segundo, respirando fundo.— Thaila. por
Capítulo 75 Por Contrato O Sentido do AmorO sol ainda nem havia se espalhado por completo pelas janelas do quarto quando Thaila se virou na cama, envolta no calor dos lençóis e no torpor de um sonho intenso. Tinha sonhado com Alexissuos, o corpo dele sobre o dela, o toque, os beijos e, mais uma vez, o prazer que apenas ele conseguia provocar.Ela despertou lentamente, os cílios se abrindo com dificuldade, os pensamentos em neblina.Mas algo estava errado ou certo demais.No quarto, ela sentiu o cheiro inconfundível de um perfume masculino, envolvente, que ela conhecia muito bem.Antes que pudesse se levantar, a porta do banheiro se abriu devagar e lá estava ele. Alexissuos.Com o cabelo molhado, o peito nu e uma toalha branca enrolada na cintura, caminhando com a mesma naturalidade de quem nunca havia saído dali.Thaila sentou-se na cama num sobressalto.— Mas, o que você está fazendo aqui? — perguntou, assustada.Ele deu um sorriso preguiçoso, como se fosse a coisa mais normal d
Capítulo 74 Por Contrato O sentido do Amor Ainda com o corpo colado ao dela, o suor escorrendo entre seus peitos e os batimentos cardíacos completamente descompassados, Alexissuos afagava os cabelos de Thaila, a beijando nos ombros nus.Seu membro ainda estava semi ereto, envolvido pelo calor do corpo dela, e sua respiração sussurrava promessas no ouvido da esposa.— Agora, deixe ir pra casa com você... — murmurou, com a voz arrastada. — Vamos... Eu quero te provar como eu te esperei. Quero te amar direito, na nossa cama. E depois disso, você nunca mais vai duvidar que outra mulher poderia me ter. Só você.Ela tentou se afastar, recuperando o fôlego, mas ele segurou sua cintura.— Não, doutor Alexissuos. Não. — disse firme, tentando conter o tremor da própria voz. — É melhor que você volte para o seu plantão. Eu ainda não te quero de volta em casa.Ele gemeu contra a pele do pescoço dela, a beijando com intensidade.— Thaila, por favor. Não faça isso comigo, me deix
Capítulo 73Por Contrato O Sentido do AmorO corpo de Thaila ainda tremia, as pernas fracas, a respiração descompassada. Ela estava sentada na mesa fria do consultório, com a calcinha ainda desalinhada e a saia amarrotada. O perfume dele misturava-se ao suor dos dois no ar abafado. Os olhos ainda úmidos de raiva agora ardiam de confusão.Alexissuos estava parado, observando-a como se ela fosse a única verdade que existia.— Não fale nada... — sussurrou ela, com a voz rouca. — Não ouse tentar explicar.— Eu não vou, Thaila. — disse ele, com voz rouca, colocando a camisa para dentro da calça, ainda com o olhar aceso. — Mas você precisa saber, Kelly está grávida. E a criança não é meu filho.Thaila o encarou. Estática.— Como assim...? — perguntou num fio de voz.— Ela veio me procurar como profissional médico. E sim, eu estranhei de início, mas mantive a postura. Quanto ao bebê, acho que é do meu amigo Giancarlo... — respirou fundo.Ela sentiu as palavras baterem no peito como um tro
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