Os primeiros raios da manhã mal entravam pelas janelas quando Unirian acordou. Espreguiçou-se devagar, ainda sonolenta... até sentir um arrepio na pele.Seus olhos se abriram lentamente — e ali estava ele.Dante, sentado na poltrona ao lado da cama, com os papéis do divórcio nas mãos. O rosto impassível, mas os olhos carregados de algo entre mágoa e fúria silenciosa.— Dormiu bem?— pergunta com voz baixa, carregada de tensão.Unirian senta-se devagar na cama, surpresa e um pouco desconcertada.— O que você está fazendo aqui?— Eu devia perguntar o mesmo— ele levanta os papéis — Assinando isso… era esse o plano? Ir embora?Ela engole em seco, sente o peso da acusação no olhar dele.— Você não se lembra de mim, Dante. E esses papéis… foram deixados por seu avô. Eu nem...— Mas você pensou em assinar.— interrompe, se levantando. — Você pensou em desistir. Por quê?O silêncio pesa.— Por que está magoado? Você tem Caterine agora… você me expulsou da sua vida, da sua memória…— E o Romanov
Unirian caminha com firmeza pelos corredores de mármore da mansão, vestindo um vestido preto justo, elegante e ao mesmo tempo provocante. Seu olhar é frio, mas seu coração, em alerta. Ela sabia que estava cercada por inimigos — e que qualquer passo em falso poderia ser fatal.Ao virar o corredor, dá de frente com Dmitri Romanov, que acabava de sair da sala privada com Don Vittorino e Caterine.Ele para, sem disfarçar a forma como a observa. Seus olhos percorrem cada curva dela com desejo e admiração, encantado com o corpo que, mesmo depois de gerar uma criança, parecia perfeitamente moldado. O silêncio se estende por um segundo.Dmitri sorrindo, com voz baixa e provocante—Você tem o dom de transformar corredores em passarelas, Unirian.Unirian olhou firme— E você, o talento de cruzar limites que não deveria.Antes que ele consiga responder ou se aproximar, Dante surge do fundo do corredor. O olhar dele é como uma tempestade prestes a explodir. Sem hesitar, ele atravessa o espaço entre
O riso suave de Unirian ainda ecoava, junto ao balbuciar do pequeno Villano. O cenário parecia perfeito, mas para Dante, o inferno começou quando seus olhos, em um relance, captaram o impensável: um dos seguranças, fixado nela.Os olhos do homem desciam lentamente pelo corpo de Unirian. Havia luxúria em seu olhar. E... algo mais baixo. Uma excitação visível que Dante percebeu de longe. O mundo ficou em silêncio.Dante desceu os degraus como uma fera solta da jaula. Os passos foram rápidos. Precisos. Mortais.Antes que o segurança sequer percebesse, Dante o agarrou pela nuca com brutalidade e o arrastou para dentro da mansão.Crack.O som seco do pescoço quebrado ecoou no hall. O corpo caiu, mole, como se já não tivesse dono.Don Vittorino, ao ver aquilo, se levantou do salão em choque. Don Vittorino completamente em choque —O que foi isso?Ricci, já acostumado à fúria silenciosa de Dante, respondeu com calma:— Já aconteceu antes, Don. Ele viu demais... olhou onde não devia.Petrov
Unirian se virou lentamente. Seu olhar encontrou o dele. E por um segundo... foi como voltar no tempo.Unirian fala com um meio sorriso— Sempre gostou.Dante olhou para Villano, depois para ela.— Achei que era só pela criança... mas tem algo em você. Algo que me puxa. E eu não entendo.Ela desviou os olhos, tentando manter a compostura.— Não é pra entender. É pra sentir.Antes que o clima entre eles ganhasse mais corpo... uma voz feminina cortou o ar como uma lâmina.Caterine falou alto e claro.— Desculpem a interrupção, mas... eu também tenho um presente hoje.Todos os olhares se voltaram para ela.— Estou grávida.O mundo parou.Dante congelou.Unirian olhou fixamente para ela, e mesmo sem dizer uma palavra, seus olhos diziam tudo. Choque. Dor. Traição.Caterine sorriu, satisfeita com o caos.Dante demorou a reagir. Sua mão tremia discretamente. A cabeça começou a girar como se o corpo quisesse rejeitar a informação, mas a voz de Caterine continuava ecoando.Caterine com o tom ve
— Você é o que me arrastou para o fundo do inferno, Caterine. — ele cuspiu as palavras. — Você sabia. Sabia que ela era minha esposa. Que ela era tudo. E mesmo assim... ajudou a me apagar. Caterine se aproximou, ousada: — Eu te salvei! Você podia estar morto! Eu estive lá quando ninguém mais estava! Eu te mantive vivo, inteiro... e agora carrego seu filho! Um silêncio gélido caiu. Dante parou. — Você está grávida mesmo? — ele perguntou, a voz baixa, letal. Ela hesitou. — Claro que estou. — Jura pela sua vida? — seus olhos estavam negros, incontroláveis. Caterine recuou meio passo. — O que... você vai fazer? Dante aproximou-se, rosto a milímetros do dela, e disse com uma fúria controlada: — Se estiver mentindo, Caterine... não vai ser Unirian quem vai te destruir. Vai ser eu. Ela engoliu seco. — Porque ninguém ameaça minha mulher. Ninguém fere a mãe do meu filho. E se você ousar fazer isso de novo... nem o inferno vai te esconder de mim. E sem esperar re
Antes que alguém pudesse reagir, Petrov puxou Caterine para trás, imobilizando-a. Com um movimento rápido, Dante sacou uma faca e a cravou em seu ventre. Vezes é vezes olhando bem no fundo dos seus olhos arregalados de dor. O grito de Caterine ecoou pelo jardim, seguido pelo som do metal encontrando carne. Don Vittorino levantou-se, horrorizado: — O que você fez?! Dante olhou para ele, com os olhos frios: — Eu só tenho um filho. E será assim até a minha morte. Sem mais palavras, Dante virou-se e entrou na casa, deixando para trás o caos e o sangue. A mansão mergulhou em silêncio e tensão. O grito de Caterine ecoava ainda nos ouvidos dos presentes, mesmo depois que ela foi arrastada por criados para atendimento emergencial. O chão do jardim estava manchado de vermelho. A faca de Dante, ainda quente de sangue, repousava sobre a mesa de mármore. Don Vittorino, fora de si No escritório escuro, Don Vittorino girava um copo de uísque com os dedos trêmulos. Seus olhos, normal
Dante avançou como um animal feroz, empurrando o velho contra a parede. A primeira facada veio direto no estômago. O grito de Vittorino ecoou pela casa, mas ninguém ousou se aproximar. Todos sabiam… ninguém interrompia o demônio em ação.A segunda… a terceira… a décima. Cada corte era uma punição. Um julgamento. Uma promessa.Vittorino tentou implorar, mas Dante o calava com mais aço. "Isso é pelo meu filho.""Isso, por ela."“E isso… por mim."Foram trinta facadas.* Uma para cada momento que passou sem notícias. Cada hora que Unirian passou longe. Cada lágrima que ela derramou.E então, num último movimento brutal, Dante cravou a faca no que restava de resistência, e com a frieza que só ele possuía, separou a cabeça do corpo.Silêncio absoluto.Dante, coberto de sangue, ficou ali, respirando fundo, encarando o vazio como se ainda visse os olhos do avô.O Don estava morto.O trono agora tinha outro nome: Marchesi. Mas não era o herdeiro… era o monstro.E ele estava só começando.A
Após resgatar Unirian das garras de Dmitri Romanov, Dante Marchesi sabia que o tempo era seu maior inimigo. Villano, seu filho, ainda estava nas mãos de Caterine, e cada segundo longe dele era uma ferida aberta. A noite em Zurique estava silenciosa, mas a mente de Dante era um turbilhão. Ele observava Unirian dormir, seu rosto sereno contrastando com as marcas de sofrimento. Ela havia sido sedada por Dmitri, mas agora estava segura. Petrov entrou no quarto, interrompendo seus pensamentos. — Don Marchesi, temos informações sobre Caterine. Dante se virou, seus olhos fixos em Petrov. — Fale. — Ela está em Montenegro, em uma propriedade isolada. Villano está com ela. A segurança é pesada, mas conseguimos infiltrar um dos nossos. Dante assentiu, já se levantando. — Prepare o avião. Partimos ao amanhecer. A propriedade em Montenegro era um verdadeiro fortaleza. Cercada por montanhas e florestas densas, era o esconderijo perfeito para alguém como Caterine. Mas Dante não se intimidav