Eu parei na porta do quarto dela, hesitando por um segundo, o peso da missão ainda gravitando sobre mim. A adrenalina que me acompanhava estava lentamente se transformando em uma necessidade impetuosa. Eu precisava dela. A escuridão estava tomando conta de mim, aquela mesma escuridão que eu carregava por dentro, como um veneno que corroía minhas entranhas. Ela era a única coisa capaz de dissipar esse abismo.
Respirei fundo e empurrei a porta. O som da madeira rangendo soou mais alto do que eu queria, mas não havia mais volta. Ela estava ali, deitada na cama, um feixe de luz suave entrando pela janela e iluminando parcialmente seu rosto. Seus olhos estavam fechados, mas eu sabia que ela sentia minha presença. Como sempre, ela sabia. Laura… ela sempre sabia quando eu estava perto.
Ela deu um leve sobressalto quando me ouviu, seus olhos escuros se abrindo de imediato, buscando por mim, pela minha presença. O choque era claro em seu olhar, e, no fundo, eu sabia que ela também sentia a t